A demanda pelo conhecimento de línguas estrangeiras aumenta a cada dia, e pensando em como ajudar pessoas a ter acesso ao ensino de outros idiomas, o jovem Luis Von Ahn criou o sistema Duolingo, uma plataforma que convida internautas a aprender idiomas enquanto traduzem conteúdos da web. Ele falou sobre o projeto em uma palestra na tarde desta quarta-feira (15/05), na conferência www2013, no Rio de Janeiro.
Luis von Ahn nasceu na Guatemala, e crescer vendo a busca das pessoas por educação em um país pobre o inspirou a desenvolver um sistema que oferecesse educação gratuitamente. “Não há motivos para uma pessoa ter que pagar para aprender uma nova língua”, afirma von Ahn, que defende que outros idiomas ajudam as pessoas a ter mais sucesso na vida. “Aprender uma nova lingua é um costume muito popular em todo o mundo, menos nos EUA. A maioria das pessoas quer aprender outro idioma para conseguir um emprego, por exemplo”, diz.
O projeto entrou no ar em junho de 2012, e em maio deste ano já soma cerca de 3 milhões de usuários. Todos eles traduzem textos que estão disponíveis na web. “O mais interessante é que se aprende outra língua com exemplos reais, e não frases prontas. Estimamos que 34 horas de estudo no Duolingo são equivalentes a um semestre de aulas uma escola de línguas regular”, afirma o criador do site.
A interface do projeto lembra um jogo, que dá pontuação aos usuários de acordo com as habilidades que eles desenvolvem e permite aos criadores avaliarem o avanço dos estudantes. Luis defende também que a plataforma online permite mais mensuração da qualidade da educação: “É mais fácil avaliar o desempenho individual pelo meio eletrônico do que era 20 anos atrás, quando tínhamos apenas um professor em uma sala com 20 alunos”, argumenta.
Computação Humana
Luis von Ahn é professor associado de Ciência da Computação na Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia-EUA, e é considerado o pioneiro da idéia de “computação humana”. Ele ficou conhecido ao criar o Captcha e o reCaptcha: aqueles códigos que os sites solicitam que sejam preenchidos antes de executar uma ação, como forma de provar que é uma “pessoa real”, e não um computador operando automaticamente.
Fonte: EBC